
Lembro, claro, do primeiro contato que tive com o sexo feminino, eu ali, com apenas quatorze anos, um garoto que ainda usava calças curtas e brincava nas ruas e cercanias de Gupiara. Se a memória não me falha acho que foi com Alba, quando já contei aqui ela entrando no quarto e vendo-a nua numa primeira ocasião.
Foi um deslumbramento que jamais esquecerei, aquela convivência carnal e inexperiente na juventude que surgia com toda impetuosidade. Uma sensação de maravilhamento quase indescritível... A minha afoiteza e apalpar de mãos, rostos e outras partes proibitivas do corpo.
Você tem a impressão de que tudo vai desmoronar, tal sua avidez desenfreada e sofrida, o suor frio escorrendo-lhe no rosto amarelo e uma taquicardia a denunciar um tremelique tortuoso e irrequieto no seu corpo.
E quando você retorna de uma aventura dessas sente novo impulso de descarregar mais energia dentro do ralo do banheiro, agora aliviado e com o pensamento ainda para o seu primeiro contato, ou seja, aqui, no caso, a minha parceira de relacionamento.
São sinais insondáveis de uma idade pubescente, irrompidos e orvalhados no âmago de um ser, que desabrocha e separa-se para a posteridade. Então, surgem, depois, a fase da adolescência e a adulta, quando talvez se dê, conforme o caso, uma promissora e independente sabedoria para tal fim. Ou de uma educação e raiz familiar razoáveis. É o início e indício de uma vivência ou sobrevivência. Subverter a subvivência?
Pena que tudo não passou de uma fantasia, mas uma gostosa fantasia. De qualquer maneira, mais uma ilusão na minha vida. Porém detalho, portanto, outra citada ocorrência transcrita com isenção:
Se tal sonho tivesse acontecido recentemente diria que me pareceu ouvir, embora bem longe, a harmonia de Nino Rota no magnífico final de Oito e Meio, de Federico Fellini, misturada com a musicalidade de Henri Mancini no também magnífico início do filme A Marca da Maldade, de Orson Welles.
a penetrar-lhe a alma.
por
benechaves às
21:19