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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
Livros Publicados:
a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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terça-feira, agosto 26, 2008

QUINTOS ALUMBRAMENTOS Cresci com a própria Gupiara e com ela me criei. No início tudo mostrava uma aparente inocência e suposta pureza. Estudei, comentavam, em bom colégio, que se dizia católico, apostólico e romano, muito embora não entendesse a designação eclesiástica ora formulada. Preferiria que dissessem católico, apostólico e gupiarense. Quem sabe talvez fossem desígnios e terminologias do misticismo, essas coisas estranhas para minha compreensão do momento...


Mas, desde já, a gente notava um falso moralismo e outras querelas de quantos dirigiam aquela casa educadora, que, com toda exatidão, também se estenderiam a diversas instituições. Seriam indícios de esperteza se avizinhando? As questiúnculas, evidente que sim, permaneciam e nada se podia fazer, pois meu lado adolescente pesava mais forte. Ou seja: não tinha força alguma para tentar melhorar a situação. E claro que não era pra ser diferente. Ficava, portanto, um ar melancólico na face de quantos entendessem melhor tal conjunto de circunstâncias. Aí sim é que eu queria ver quando chegavam (alguns instruídos) a falar textualmente: aquilo era mais profissionalismo do que religiosidade. Os padres visavam, paradoxalmente, o lado material da questão. E como visavam!


Tudo isso era pior pra quem não tivesse um aceitável padrão de vida. Porém, eles concordavam de bom gosto e adotavam o regime de internato para os filhos de famílias ricas que moravam em cidadezinhas próximas ou distantes de Gupiara. Somente elas poderiam pagar e se amoldar aos critérios de então. E aqueles meninos migravam para a urbe em crescimento e daí em diante teriam, lógico, uma formação de bom grado às normas rígidas do colégio.


Seus pais, homens prósperos da área rural, faziam de tudo pela educação dos mesmos. Em outras palavras: o sacerdócio, aos poucos, ia se tornando um ofício, inclusive levando-se em conta que a grana cobrada pela estadia seria um absurdo às pretensões de famílias não abastadas. Era o começo da força do dinheiro sobre todos nós... Eita porrada segura!


Portanto, fui crescendo nesse diapasão. E, na medida do possível, tentando me adaptar aos costumes dessa existência de incertezas. (Apesar de minha contínua incredulidade). Também de muita ardileza, claro, no sentido próprio do substantivo. No final de tudo, seria uma vida de arreganhos. De qualquer maneira (e com maneirismos), tentei viver minha pubescência e adolescência. Boa ou má, mas arrisquei. E continuei na luta, desde que sempre procurando combater o lado ruim de uma sociedade em permanente (des)construção. Afora, óbvio, da mesma forma, o aspecto amoroso que será continuado no transcurso narrativo.


ESPAÇO LIVRE OCASO


Entre o nascimento e a morte
o jogo e fogo fátuo das paixões.

Nas lembranças fugidias
de risos e lágrimas.

E na obscura face a ocultar
o início e o fim.

Numa intermitente ciranda
de alegria e dor.


Bené Chaves

por benechaves às 19:26