
Mas, que era uma glória vê-la tão exuberante, ah, disso não tenho dúvida. E quase não me continha ao avistá-la na simetria de combinações perfeitas. Erguia, por conseguinte, o lança-perfume e jorrava abundante nas suas morenas pernas, enquanto a observava reclamar do friozinho gostoso. Ela também na meiguice e ingenuidade a rir e puxar a camiseta com o umbigo já à mostra. Aliás, o precioso líquido jogado nas meninas tinha seu valor como um atrativo íntimo e inocente, servindo mais para despertá-las de um suposto arrefecimento e menos como um meio torpe usado atualmente.
E a namorada de meu primo, a loira Mirtô? Apareceu diante dele com uma saia curta e que avivou não somente seus olhos desejosos. Lembro daqueles cabelos esvoaçados caindo-lhe nos ombros e uma tez salpicada de cutículas brilhosas que davam um enlevo ao seu já bonito rosto. Estava deslumbrante, deixando-me na dúvida quanto às duas aparências ali expostas: morenas ou loiras. Evidente que meu primo não falou também de sua preferência.
Saíamos, então, no carro e tudo corria ao nosso prazer. Tive, neste ínterim, um furor súbito, uma sensação maravilhosa, quando dei o primeiro beijo de minha vida. Beijo aqui no sentido de apalpar, afagar, entrar num possível arroubo. Ah!, foi uma delícia, quase me esparramei e cheguei ao orgasmo, embora meu corpo tremesse como se eu estivesse tendo um ataque qualquer.
Sem motivo aparente (ou com?) agarrei Alba pelo cangote e taquei meus lábios de encontro aos dela. E com língua e tudo, talvez (ou certamente) numa impávida petulância. A língua aqui eu acho que seja mais uma força de expressão para dar melhor sensualidade ao caso exposto. Inclusive porque tal órgão muscular não tinha ainda despertado muita utilidade neste aspecto. A suposta inocência se fazia prevalecer Mas que dei o beijo isso é a mais pura verdade.
A garota ficou meio sem fôlego e me empurrou desvencilhando-se do agarramento. Parecia não ter gostado da impetuosidade do ato em si. Porém, hum!, hum!, achei que fosse pura simulação. As meninas não estavam acostumadas a um ato inesperado desta natureza. Verdade ou não, elas sempre reagiam de uma forma ou outra. Era a natural defesa de uma moça ou mesmo mulher.
Tal episódio aconteceu na praia, quando passeávamos ao léu e despreocupados. Alba, no entanto, talvez fingindo raiva, mandou parar o carro e deu de bruços, indo embora. Mas, coitada, ela tinha lá suas razões. O período não contribuía em nada. E a hipocrisia das pessoas fazia-a envergonhar-se de suas ações, porquanto era ainda uma menina-moça desabrochando e longe da maturidade. Mesmo que estivesse somente na presença de outro casal.
ESPAÇO LIVRE

transpassa
por
benechaves às
22:06