TERCEIROS ALUMBRAMENTOS
Logo me encantei com aquela morena, eu bobo ainda, numa idade fogosa e necessitada de desejos próprios ao período juvenil. Não me lembro onde a conheci, porém tenho certeza que foi o dia mais feliz do almejado período. Uma cegueira completa e de momento para a jovem visão de um menino ávido por um relacionamento seja lá o que fosse. Seria uma oportunidade de ouro.
Os relacionamentos, ah, os relacionamentos! Diziam por si só dos encantos e por que não dizer os cantos de nossas existências...Afora uma briguinha ou outra o sexo oposto dava-se literalmente aos ensejos de nossas libidos. E isso era o que todo rapaz desejava. E deseja ainda, evidente que sim.
Alba era o nome de minha namorada. Um nome doce, delicado, apaixonante. Dotada de um belo corpo em formação, seus olhos verdes faziam a diferença. Resplandecendo de um modo expressivo e mágico, também se assoberbava do poder de tê-los. Os seus seios, então, nem se falam: surgiam tímidos, arredondados e voluptuosos. E quão desejosos! O quadril, ah, tinha a perfeita forma de um violão, desses novinhos em folha, saído da fábrica e delineando-se no simultaneamente anexo.
Descendo um pouco, via-se um lindo umbigo afeiçoado na pequena e bem-feita circunferência. Mais abaixo, a vagina... Ah, que vulva! Em crescimento, é verdade, porém denotando as partes sensíveis e esboçadas. E surgindo já com pequenos pêlos de um marrom escuro, a pequena região triangular se mostrava jovial, pouco intumescida, mas apetitosa. Poder-se-ia dizer que estava se recheando, saborosa e delicada em sua fase de mutação.
Assim eu no início imaginava Alba, lógico, pois ainda não conhecia suas partes, principalmente as íntimas. Apenas sonhava vendo o formato do corpo que se punha à minha presença. Afora os olhos esverdeados, evidentemente. Tudo seria a vontade surgida de um menino (no singular ou plural) em estado latente, embora as moças da época fossem reservadas o suficiente para um ato mais libidinoso.
Não era bem assim. Quando muito, se podia pegar nas mãos. E como eram suaves as mãos de Alba! Aquilo já deixava os rapazes eriçados, inclusive eu com minha morena e recém-namorada. E diante de tantas indefinições do período mesmo, elas se mantinham em um posicionamento de retaguarda. Às vezes alguém mais afoito queria avançar o sinal, mas não saberia ao certo qual reação viria do lado oposto. E ela, Alba, parecia não fugir à regra. Parecia...
Eita mundozinho já ficando sem-vergonha, mal-amanhado! Capaz de numa cusparada enorme arreganhar todas as suas entranhas, seus nocivos e incubados desejos. Aí vocês vão ver, com certeza irão presenciar, apreciar e atestar. Ou desapreciar... Ou desatestar...
As trevas
prevaleceram
e uma Isabella
padeceu
num vôo de pássaro,
silenciado.
Isabella,
eras linda
e trazias
no olhar
a alegria
que só as crianças
são portadoras.
Isabella,
bela.
Hoje, estrela
no coração de Deus.
AMÉRICA LATINA
Para Ernesto ‘Che’ Guevara
Há uma
América
dentro de nós:
sangra,
dói
dilacera.
Há uma
outra América,
a da esperança,
Ernesto ‘Che’ Guevara.
por benechaves às 20:45