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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
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a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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terça-feira, julho 15, 2008




TERCEIROS ALUMBRAMENTOS

Tive minha primeira namorada aos quatorze anos. Uma bela pré-adolescente (ou já adolescente, creio), acho que ainda na floridade, no máximo treze primaveras. Não soube bem, não perguntei, podia ter até mais do que isso. Estava desabrochando como uma pétala. Mas, uma moça quase feita - como se dizia - e do meu tamanho. Era de se admirar que ela tivesse tal estatura, batendo palmo a palmo comigo. As meninas da época, como quase todas as mulheres de um modo geral, teriam suas alturas bem menores do que a dos rapazes que as cortejavam.

Logo me encantei com aquela morena, eu bobo ainda, numa idade fogosa e necessitada de desejos próprios ao período juvenil. Não me lembro onde a conheci, porém tenho certeza que foi o dia mais feliz do almejado período. Uma cegueira completa e de momento para a jovem visão de um menino ávido por um relacionamento seja lá o que fosse. Seria uma oportunidade de ouro.

Os relacionamentos, ah, os relacionamentos! Diziam por si só dos encantos e por que não dizer os cantos de nossas existências...Afora uma briguinha ou outra o sexo oposto dava-se literalmente aos ensejos de nossas libidos. E isso era o que todo rapaz desejava. E deseja ainda, evidente que sim.

Alba era o nome de minha namorada. Um nome doce, delicado, apaixonante. Dotada de um belo corpo em formação, seus olhos verdes faziam a diferença. Resplandecendo de um modo expressivo e mágico, também se assoberbava do poder de tê-los. Os seus seios, então, nem se falam: surgiam tímidos, arredondados e voluptuosos. E quão desejosos! O quadril, ah, tinha a perfeita forma de um violão, desses novinhos em folha, saído da fábrica e delineando-se no simultaneamente anexo.

Descendo um pouco, via-se um lindo umbigo afeiçoado na pequena e bem-feita circunferência. Mais abaixo, a vagina... Ah, que vulva! Em crescimento, é verdade, porém denotando as partes sensíveis e esboçadas. E surgindo já com pequenos pêlos de um marrom escuro, a pequena região triangular se mostrava jovial, pouco intumescida, mas apetitosa. Poder-se-ia dizer que estava se recheando, saborosa e delicada em sua fase de mutação.

Assim eu no início imaginava Alba, lógico, pois ainda não conhecia suas partes, principalmente as íntimas. Apenas sonhava vendo o formato do corpo que se punha à minha presença. Afora os olhos esverdeados, evidentemente. Tudo seria a vontade surgida de um menino (no singular ou plural) em estado latente, embora as moças da época fossem reservadas o suficiente para um ato mais libidinoso.

Não era bem assim. Quando muito, se podia pegar nas mãos. E como eram suaves as mãos de Alba! Aquilo já deixava os rapazes eriçados, inclusive eu com minha morena e recém-namorada. E diante de tantas indefinições do período mesmo, elas se mantinham em um posicionamento de retaguarda. Às vezes alguém mais afoito queria avançar o sinal, mas não saberia ao certo qual reação viria do lado oposto. E ela, Alba, parecia não fugir à regra. Parecia...

Eita mundozinho já ficando sem-vergonha, mal-amanhado! Capaz de numa cusparada enorme arreganhar todas as suas entranhas, seus nocivos e incubados desejos. Aí vocês vão ver, com certeza irão presenciar, apreciar e atestar. Ou desapreciar... Ou desatestar...

ESPAÇO LIVRE

O poeta Eduardo Gosson(RN) mandou-me dois poemas de sua última lavra. Compartilho com vocês a publicação dos mesmos. E espero que tenham uma boa leitura:

UMA CANÇÃO PARA ISABELLA


As trevas
prevaleceram
e uma Isabella
padeceu
num vôo de pássaro,
silenciado.

Isabella,
eras linda
e trazias
no olhar
a alegria
que só as crianças
são portadoras.

Isabella,
bela.
Hoje, estrela
no coração de Deus.



AMÉRICA LATINA

Para Ernesto ‘Che’ Guevara

Há uma
América
dentro de nós:
sangra,
dói
dilacera.

Há uma
outra América,
a da esperança,
Ernesto ‘Che’ Guevara.



por benechaves às 20:45