
De Waldir Azevedo e Pereira Costa:
O brasileiro quando é do choro é entusiasmado
Quando cai no samba não fica abafado
É um desacato quando chega no salão
Não há quem possa resistir
Quando o chorinho brasileiro faz sentir
Ainda mais de cavaquinho com um pandeiro
E um violão na marcação
Brasileirinho chegou e a todos encantou
Fez todo mundo dançar a noite inteira no terreiro
Até o sol raiar
E quando o baile terminou a turma não se conformou
Brasileirinho abafou
Até o velho que já estava encostado
Neste dia se acabou
Para falar a verdade estava conversando
Com alguém de respeito
E ao ouvir o grande choro eu dei logo um jeito
E deixei o camarada falando sozinho
Gostei, pulei, dancei, pisei até me acabei
E nunca mais esquecerei o tal chorinho
Brasileirinho.
Obs: Versos do choro 'Brasileirinho', de 1949. Waldir Azevedo nasceu no Rio de Janeiro em 27 de janeiro de 1923. Além de compositor, era também instrumentista. Aos sete anos comprou um flauta e influenciado depois por amigos resolveu trocá-la por um bandolim. E logo a seguir passou para o cavaquinho. Tocava também violão, mas foi como flautista que se apresentou ao público no carnaval de 1933 executando o 'Trem Blindado’, de João de Barro. Queria ser aviador, porém problemas cardíacos o impediram. Então o jeito era mesmo tocar cavaquinho, o que fez durante dois anos no regional de Dilermando Reis em um programa na Rádio Clube do Brasil.
Com 132 músicas gravadas, entre chorinhos, valsas e baiões, lançou 20 LPs e cerca de 50 discos em 78 rpm, sendo ‘Brasileirinho’ sua primeira composição. E na década de 50 fez muito sucesso com 'Delicado'(baião), 'Pedacinhos do céu', 'Chiquita' e 'Vê se gostas', entre outras.
Abrindo as portas para a sua carreira, 'o tal chorinho Brasileirinho' tornou-se peça obrigatória em seus shows. E foi em 1950 que Ademilde Fonseca gravou-o com letra de Pereira Costa e acompanhado pelo próprio Waldir.
Por motivo da morte de uma filha, em 1964, afastou-se dos meios musicais, mas voltou a gravar anos depois. Azevedo faleceu na cidade de São Paulo em 21 de setembro de 1980.
ESPAÇO LIVRE

Em teus felinos e sensuais lábios
eu canto e também me encanto...
Ah, porção de desejos e ensejos!
Diante de teu olhar a brandura
A imaginar no teu rosto macio os
olhos de uma tenaz vivacidade.
Os cabelos revoltos, o sorriso
abrasador, cativante, em um corpo
que acalenta e inquieta.
E tua exuberância, teus seios
volumosos, dadivosos, encantam
e alimentam minha libido.
Na sublime tentação de rechear-me
de ti e para ti.
Ah, beiços roliços e carnosos!
Quão densos e ambiciosos!
E que tornozelos formosos!
O remate da mulher fatal a mover
e inventar meu ilusório prazer.
Eu a beber na tua fonte quimérica!
por
benechaves às
21:00