
O tempo, então, voou com explodida rapidez...
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benechaves às
21:00
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![]() O HÁBITAT DE TODOS NÓS A vida começara a realçar, a separar e a tilintar diante de pedras, grutas, tascos e uma infinidade de objetos surgidos no chão da terra seca e braba, sol rasante e lua delirante. Aquilo sim é que era estupidez, molestamento! No mais, tudo enfim ficou e fixou, dito e entredito, conforme as resignações, inquietudes e instâncias da ocasião. E com o que era de se supor. E depois, pouco tempo depois, vieram as desgraças sem graças e o que de pior poderia ou deveria acontecer. Uma vastidão e devassidão tomaram conta do espaço ocupado. E as pessoas ficaram a rodear sobre si mesmas sem saberem de onde vieram e nem pra onde iam. Raças apareceram, classes se formaram e línguas se difundiram, desenvolvendo-se uma promiscuidade incomum, com tanto homem e mulher a fornicar. Poderia até causar impressão de ser uma brincadeira prazerosa. Enfim, uma plêiade de necessidades e necedades foi surgindo e adquirindo volumes diversos. À falta de uma boa temperatura, todas as coisas explodiram de insciência e impulsividade. A terra tinha brotado e se dividido. E o homem, a mulher e a criança, todos postos ali sem um propósito, estavam abobalhados, boquiabertos. Teriam nascidos e colocados assim, sem mais nem menos? Somente para tornar duradoura uma espécie? Que espécie seria essa? Desde tempos idos e vindos que batucavam nesta tecla. E queriam saber a razão daquilo tudo, do caso inusitado. Seria a antítese dos sexos a grande delinqüente, a verdadeira vilã? Ou a verdadeira razão? À vista disso... Vilã ou razão, ah, quanta imprudência, desvirtuamento e impudência! Tudo se relaciona mesmo com a dita rivalidade entre o homem e a mulher. E se não fosse a diferença entre eles, quer dizer, os sexos opostos, lógico, não se estaria aqui. A necessidade que o macho tem de querer uma fêmea antes passa pelo desejo carnal, seja ela bonita ou feia. E na época das cavernas, do indivíduo no seu estado primitivo, nem se fala... Bastava ser (aparentemente) do sexo contrário. Ou falando, melhor dizendo, escrevendo grosseiramente: andar com uma lasca entre as pernas. Portanto, o prazer que os seres masculinos e femininos sentem um pelo outro é enraivado, arraigado, embora na atualidade (com menos inibição) já existam diversidades à margem. E daí vem a extrema carência do desejo, a irascibilidade latente. Essa bagaceira do prazer e ruidosa vontade do inolvidável. (Parece-me que o amor - na maioria dos casos - fica aí em segundo plano, principalmente porque se sabe que entre ele e o ódio existe quase uma questão de interesses próprios e egoísticos. Ama-se hoje e amanhã odeia-se. Ou tudo não passa de uma contenda de horas.). Disseram que dali em diante o homem sobreveio afogueado, senhoreou-se de vez, tido e havido. Tendo o trunfo maior, que é o órgão penetrador, deu valimento e lenhada de lado a lado. Lés a lés. Houve, a partir daí, chamuscadura entre os opositores. E o amar e o odiar passaram a viver colados um ao outro. Assim como a idiossincrasia reproduz a imagem do ser que se diz humano. O tempo, então, voou com explodida rapidez... por
benechaves às
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