
VERSOS QUE CANTAM E ENCANTAM(25)
De João de Barro e Antonio Almeida:
Fiz meu rancho na beira do rio
Meu amor foi comigo morar
E nas redes nas noites de frio
Meu bem me abraçava pra me agasalhar
Mas agora, meu Deus, vou-me embora
Vou-me embora e não sei se vou voltar
A saudade nas noites de frio
Em meu peito vazio virá se aninhar
A saudade é dor pungente, morena
A saudade mata a gente, morena
A saudade é dor pungente, morena
A saudade mata a gente
* * *
De Antonio Almeida e Constantino Silva:
Ontem cheguei em casa, Helena / Te procurei
E não encontrei / Fiquei tristonho a chorar
Passei o resto da noite a chamar
Helena, Helena / Vem me consolar
Mesmo depois de cansado / Teu nome falava baixinho
Helena dos meus encantos / Vem me fazer um carinho
E fiquei desesperado / Cadê Helena, meu bem
(Por que será?)
Obs: Versos das músicas 'A Saudade mata a gente'(1948) e 'Helena, Helena'(1941), dos autores acima citados. O samba-toada de Braguinha e Antonio Almeida fez enorme sucesso com o cantor Dick Farney no ano de seu lançamento. É uma canção que explora o amor singelo ambientado na vida campestre. E o êxito maior deve-se mesmo ao Farney que conseguiu uma brilhante interpretação. E o sucesso foi alcançado.
O Antonio Almeida faria parceria também em 'Helena, Helena', que foi o primeiro grande samba-carnavalesco a se destacar pela melodia bem valorizada pelo conjunto 'Anjos do Inferno'. Compositor e cantor nascido em 26 de agosto de 1911 em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, desde sua juventude que ele frequentava gafieiras, ranchos e blocos.
Em 1932 estreou como cantor no programa 'Horas do outro mundo', na Rádio Phillips, no Rio de Janeiro. Foi autor de vários números para shows da Urca(Rio) e de Icaraí(Niterói). Lançou também os primeiros concursos e em 1946 promoveu um para a escolha da mais bela mulata. E compôs, então, 'A Mulata é a tal '(que foi sucesso no carnaval de 1948) com o João de Barro e em homenagem à vencedora do citado concurso.
Faleceu em 9 de dezembro de 1985.
ESPAÇO LIVRE

Ao amanhecer e entardecer
eu ti vi ainda criança.
E na madrugada adormecida
tu já eras uma mulher.
No efêmero vôo de um tempo
que se diluiu em sombras.
Passadas, presentes e
futuras.
E no arcabouço que restou de
nossas ambíguas existências.
Bené Chaves
(Ao lado: foto de Natasha Lyonne, in 1000 imagens)
por
benechaves às
21:40