De Cândido das Neves:
Noite alta, céu risonho
A quietude é quase um sonho
O luar cai sobre a mata
Qual uma chuva de prata
De raríssimo esplendor...
*
Lua!
Manda a tua luz, prateada,
Despertar a minha amada
Quero matar os meus desejos
Sufocá-la com meus beijos.
*
Canto,
E a mulher que eu amo tanto,
Nem me escuta, está dormindo...
Canto, e por fim...
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
Entre a neblina se escondeu...
Obs: Alguns versos da música 'Noite cheia de estrelas' (1932), do cantor, compositor e violonista Cândido das Neves e gravada originalmente por Vicente Celestino no mesmo ano. Cândido era filho do célebre trovador e palhaço Eduardo das Neves, conhecido por Nego Dudu, um dos primeiros artistas a registrar discos no Brasil. Nasceu no Rio de Janeiro em 24 de julho de 1899 e morreu também na mesma cidade em 4 de novembro de 1934.
De Armando Vieira Marçal e Alcebíades Barcelos:
Você partiu
Saudades me deixou, eu chorei
O nosso amor foi uma chama
Que o sopro do passado desfaz
Agora é cinza
Tudo acabado e nada mais.
*
Você partiu de madrugada
E não me disse nada
Isso não se faz
Me deixou cheio de saudade
E de paixão
Não me conformo
Com a sua ingratidão.
Obs: Alguns versos de 'Agora é cinza', música lançada nos ensaios da Escola de Samba Recreio de Ramos para o carnaval de 1933, com o título de 'Tu partiste' e depois modificada para o nome atual.
Marçal nasceu no Rio de Janeiro no dia 14 de outubro de 1902 e morreu em 20 de junho de 1947, enquanto o Alcebíades (Bide) nasceu em Niterói em 25 de julho de 1902. Morreu quase cego e paralítico em 18 de março de 1975 no Rio de Janeiro. No mesmo ano em que a música foi eleita por um júri como 'o melhor samba de todos os tempos'.
ESPAÇO LIVRE
O poema abaixo foi publicado aqui em outubro de 2004 e faz parte do livro 'Cinzas ao amanhecer'(Sebo Vermelho, 2003). Trago-o novamente para as pessoas que não tiveram oportunidade de vê-lo. E que tenham uma boa leitura
DIVERSIDADE
Ah, as mulheres!...
Meu patrimônio
morenas
loiras
brancas
negras.
Meu matrimônio
virgem carente
moça potente
outra insolente
mulher presente.
São acasos e ocasos da mente?
Bené Chaves
por
benechaves às
09:12