De Freire Junior (1881/1956):
A lua vem surgindo cor de prata
No alto da montanha verdejante
A lira do cantor em serenata
Reclama da janela a sua amante.
Ao som da melodia apaixonada
Das cordas do sonoro violão
Confessa o seresteiro à sua amada
O que dentro lhe dita o coração.
Ó linda imagem de mulher que me seduz
Ah se eu pudesse tu estarias num altar
És a rainha dos meus sonhos, és a luz
És malandrinha não precisas trabalhar.
Obs: Alguns versos da música 'Malandrinha', de 1927. O seu autor nasceu em S. Maria Madalena, RJ e faleceu no Rio de Janeiro. Aos 14 anos começou a compor (tocando de ouvido) para um grupo de teatro amador. E a primeira composição foi para a peça 'O primo da Califórnia', de França Junior. Vale salientar que estudou piano estimulado pela Chiquinha Gonzaga.
De Canhoto (Américo Jacomino) e João do Sul:
Ao amor em vão fugir
Eu procurei,
Pois tu
Breve me fizeste ouvir
Tua voz, mentira deliciosa...
E hoje é meu ideal
Um abismo de rosas,
Onde a sonhar
Eu devo, enfim, sofrer e amar.
O amor se é puro
Suporta obscuro,
Quase a sorrir,
A dor de ver,
A mais linda ilusão morrer.
*
Meu coração que jurou
Sempre ser amigo e dedicado,
Tenha, embora, que viver,
Neste sonho enganado,
Jamais direi
Que assim vivi porque te amei.
Obs: Alguns versos da música ‘Abismos de Rosas’, considerada a obra-prima para violão no Brasil. As decepções amorosas sempre existiram e vão ainda existir por muitos anos. Tais versos foram feitos aos 16 anos num desabafo por causa de uma decepção amorosa.
Existe uma controvérsia nesse assunto, pois dizem que o Canhoto teria feito a letra, mas conta como sendo de um tal João do Sul. E não consegui, portanto, a biografia do mesmo.
Canhoto nasceu em São Paulo em 1889 e faleceu em 1928 também na capital paulista.
ESPAÇO LIVRE
Teu caminho é o mar
deixando tuas longas ondas
a ferir vossas vãs consciências.
E mergulhá-las ao encontro de
novas existências e sabedorias.
Bené Chaves
por
benechaves às
16:52