SONORIDADE NO CINEMA
Português (8)
O cineasta João Tavares fez, em 1909, o primeiro filme português realmente de enredo, baseando-se nas proezas do famoso bandoleiro Diogo Alves. E as melhores novelas da literatura regional foram levadas à tela por alguns diretores lusos, pelo francês George Pallu e o italiano Rino Lupo. Pallu dirigiu O Primo Basílio(22), adaptação do romance homônimo de Eça de Queirós. E também no mesmo ano a escritora Virginia de Castro de Almeida fundou a 'Fortuna Filme', de onde saíram fitas como Sereia de Pedra(22) e Olhos d'água(23), ambas de Roger Lion.
Finalmente, em 1928, iniciou-se o período sonoro e ingressaram nos quadros do cinema lusitano figuras de fama e relevo no mundo literário e artístico de Portugal. O primeiro filme sonoro português teria sido A Severa, de 1930, dirigido por Leitão de Barros, o melhor realizador do seu tempo, numa época ainda dominada pelo cinema mudo. E esta inovação técnica foi trazida através do contato com técnicos franceses.
Destacamos também o Antonio Lopes Ribeiro que realizou em 1932, Gado Bravo, uma espécie de 'cow-boy' cujos exteriores foram rodados no Ribatejo, terra de touros e vaqueiros. E também Chianca de Garcia, que estreou decepcionando em Ver e Amar(30), para depois realizar e obter sucesso com Aldeia de roupa branca(38). Fundaram, então, a 'Tobis Portuguesa' no ano de 1932 e nos seus estúdios fizeram o primeiro filme luso completamente sonorizado em Portugal: A canção de Lisboa, realizado em 1933 pelo diretor José Cottinelli Telmo.
O cineasta Leitão de Barros foi o nome mais importante desta fase sonora. E duas das suas significativas produções e realizações lusitanas dos últimos anos foram Inês de Castro(1945) e Camões/Bocage(1937).
Eis, aí, os sonoros passos portugueses. Poucos visíveis na época atual. Ou melhor, audíveis.
ESPAÇO LIVRE
por
benechaves às
10:24