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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
Livros Publicados:
a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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sábado, novembro 04, 2006



PALAVRAS QUE INQUIETAM (18)


Þ Sobre o amor e o ódio, teríamos ainda a dizer que a proximidade dos dois substantivos masculinos é demonstrada também no excelente filme A sombra de uma dúvida (Alfred Hitchcock, 1943), quando a personagem central vê seu mundo e sonho desmoronarem ao saber que seu tio é um assassino frio e cruel. Tendo uma afinidade amorosa com Charlie (tio), a também Charlie (sobrinha) transforma seu afeto em uma aversão intensa. E a recíproca, claro, é verdadeira. Evidente que aqui existe um motivo forte para tal modificação, mas é de se saber que nos relacionamentos de casais essas duas palavras atestam o grande enigma sentimental nelas inseridas. Um bom exemplo que poderíamos citar é - principalmente - o da traição feminina. Mesmo amando em demasia, aquela pessoa passa a odiar em excesso, decepcionada com algum fato ocorrido. E na película em questão, temos ainda o agravante do mesmo nome em comum aos dois. É a chamada empatia familiar, que a partir de um acontecimento grave passa a existir apenas subjetivamente. Poder-se-ia dizer, no caso, então, que o amor era tão grande que virou em ódio. Em outros modelos, vice-versa. Portanto, o desfecho aqui na fita do velho gorducho foi fatal, ou seja, a morte como uma possível solução para o questionamento.

Þ E a discordância era evidente entre Albert Camus e quem viveu bem antes dele, Platão. Enquanto o primeiro afirmava categórico: "mas, só há um mundo...", o segundo já havia dito que "existe o mundo das idéias imutáveis, eternas, e o mundo das aparências sensíveis, perpetuamente mutáveis", completando a seguir: "e o mundo das idéias é o único verdadeiro". Quem estaria com a razão?
Nesse ínterim, Heráclito (540/470 a.C.) vaticinou: "tudo flui, nada persiste ou permanece o mesmo". Porque, diz ele, "os homens são deuses mortais e os deuses, homens imortais", filosofando então que "viver é-lhes morte e morrer é-lhes vida".


ESPAÇO LIVRE


INQUIETAÇÃO

Entre jardins e flores
apanho o teu sorriso
e lanço-te na relva macia
ardente e febricitante
deitando-me junto de ti.

Fico, então, na vã espera
sôfrega de um langoroso
porém forte sentimento.

E naquela tênue chuva a
sensibilizar e suavizar afetos
e amorosas descobertas
possuir-te sem pudor.

Bené Chaves

por benechaves às 09:40