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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
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a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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sábado, outubro 14, 2006




PALAVRAS QUE INQUIETAM (16)



* Falemos um pouco do amor, essa palavra-chave encontrada entre todos aqueles que se dizem humanos ou racionais. E sobre os mesmos, assim expressou-se Karl Marx: "se amas sem provocar uma retribuição em amor, isto é, se teu amor não suscita o amor em paga; se, manifestando tua vida como homem amante, não fazes de ti um homem amado, teu amor é impotente, é uma desgraça". E conclui ele então que "a relação imediata, natural, necessária do homem ao homem é a relação do homem à mulher".

* Aliás, de acordo com o filósofo francês Emmanuel Mounier (1905/1950), "o ato de amor é a mais firme certeza do homem", pois, então, dizia ele, "...amo; logo, o ser é e a vida vale a pena de ser vivida". Porque, inclusive, "amar um ser é amá-lo faça ele o que faça, dar-lhe de certo modo um crédito ilimitado, incondicional", na tese fundamentada pelo filósofo Gabriel Marcel, autor e crítico teatral, nascido em Paris no ano de 1889.

No belo filme Hiroshima meu amor, de Alain Resnais, 59( que publicarei na próxima postagem uma crítica feita para o livro "Clarões da Tela - o cinema dentro de nós"), se tem o exemplo de um enorme e puro afeto, talvez, absoluto. Paralelamente aos atos e efeitos de uma guerra insana, o seu realizador tece um insólito e sensual caso de amor entre uma atriz francesa e um arquiteto japonês. E assim eles começam a evocar lembranças e a pensar no futuro como desdobramento de uma intensa paixão vivida. Poder-se-ia dizer que é uma película além de um simples sentimento, porque marca profundamente toda a história dos homens e das mulheres, suas conseqüências ou não.

* Sobre o amor à vida, o grande autor argelino Albert Camus já dizia: "eu amo a vida, eis a minha verdadeira fraqueza. Amo-a tanto, que não tenho nenhuma imaginação para o que não for vida", mesmo sabendo que "constatar o absurdo dela não pode ser um fim, mas apenas um começo". Ao que completa Santo Agostinho: "mas ninguém é feliz a não ser vivendo e ninguém vive se não existir", porque, sabia o célebre filósofo e historiador britânico David Hume que "se todas as criaturas fossem incapazes de sofrer, o mal nunca teria acesso ao universo". E, então, "os homens e as mulheres não seriam apenas os portadores de seu passado, os herdeiros de um mundo, os responsáveis de uma série de atos: seriam também as sementes do futuro", na sábia concepção do romancista e poeta francês Louis Aragon (1897/1982). Inclusive, conforme visão de Teilhard de Chardin, "na verdade a vida procede a golpes de sorte; mas a golpes de sorte reconhecidos, apreendidos, isto é, psiquicamente selecionados", concluiu afinal.

ESPAÇO LIVRE


DESCRENÇA


Entre vagina e seios
surgi no mundo.
Na infância e adolescência
senti o impacto da vida.
De amores e desamores
plantei minhas raízes.

Talvez no sombrio epílogo
veja apenas os desencantos
do que se foi para sempre.

E em vão um velho espelho
a soluçar lágrimas de saudade.
Bené Chaves

por benechaves às 09:45