PALAVRAS QUE INQUIETAM (13)
* Dizendo que "a finalidade de todo governo é muito simples, ou seja, ministrar justiça", James Madison (1751/1836), outro estadista americano, ensaiou: "todos os homens são iguais e dotados de direitos naturais", porque, lembrou ele, "a fonte suprema do poder devia jorrar do consentimento do povo". Ficou infeliz ao saber da "diversidade de opinião entre os homens de igual integridade e discernimento", sendo, então, para ele, uma "triste prova da falibilidade do julgamento humano".
E acercado de tantas falsas prerrogativas, embora Benjamin Franklin dissesse no final da vida que "não posso admitir o aniquilamento das almas", Thomas Jefferson arrematou dizendo ser o fim de todas as coisas "uma grande aventura nunca experimentada pelos vivos e não relatada pelos mortos".
* Nascido em 1214, Roger Bacon já dizia: "creio que a humanidade aceitará como regra axiomática o direito de investigar. É esse o credo dos homens livres - a oportunidade de ensaiar, o privilégio de errar, a coragem de tornar a experimentar". Completava em seguida que, "ele, o homem, devia seguir a trilha da humildade, se quisesse procurar a verdade". Mas, fantasiando um pouco a frase seguinte e "embriagado e arrebatado pelas doces seduções desta sereia, que estava constantemente deitada a seu lado, o homem muitas vezes se esquecia de comer e beber" (Plutarco, filósofo e prosador grego do período greco-romano)), provando o que dissera Bacon de que ele, o homem, não fora feito para a natureza, mas a natureza é que fora feita para ele. Afinal, "só o homem racional pode pôr um freio à competição natural da força bruta", dissera tempos depois Thomas Huxley.
* E assim vamos vivendo, morrendo, vivendo, até que "o tempo, que tudo transforma, transforma também o nosso temperamento. Cada idade tem os seus prazeres, o seu espírito e os seus hábitos" (Nicolas Boileau, escritor francês), porque "ao nascermos, a terra recebe-nos; nascidos ela nos alimenta; depois de mortos, acolhe-nos", já finalizava o grande Plínio, mais conhecido como Plínio, o Velho, cientista e historiador que morreu na erupção do Vesúvio em 79 d.C.
ESPAÇO LIVRE
EMBATE
Desnudo-te, oh formosa mulher!
E cubro-a com meu corpo faminto
teu sexo a latejar de inquietude
em um emaranhado de ambições.
Na medrosa esperança de seduzi-la
eis o meu gozo a desiludir-me
do amante sôfrego e tenaz.
Naquela paixão avassaladora de
amor e ódio a destruir nossos
breves e intermitentes sentimentos.
A felicidade, um momento fugaz.
O sofrimento, uma causa final.
Bené Chaves
por
benechaves às
08:50