perfil
Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
Livros Publicados:
a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
Sonhadores

Você é nosso visitante de número


Obrigado pela visita!

links

a filha de maria nowacki
agreste
arabella
ariane
balaiovermelho
blog da tuca
clareando idéias
colcha de retalhos
dora
entre nós e laços
faca de fogo
janelas abertas
lá vou eu
letras e tempestades
litera
loba, corpus et anima
maria
mudança de ventos
notícias da terrinha
o centenário
pensamentos de laura
ponto gê
pra você que gosta de poesia
proseando com mariza
rua ramalhete
sensível diferença
su
tábua de marés
umbigo do sonho
voando pelo céu da boca

zumbi escutando blues

sonhos passados
agosto 2004 setembro 2004 outubro 2004 novembro 2004 dezembro 2004 janeiro 2005 fevereiro 2005 março 2005 abril 2005 maio 2005 junho 2005 julho 2005 agosto 2005 setembro 2005 outubro 2005 novembro 2005 dezembro 2005 janeiro 2006 fevereiro 2006 março 2006 abril 2006 maio 2006 junho 2006 julho 2006 agosto 2006 setembro 2006 outubro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 fevereiro 2007 março 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 outubro 2007 novembro 2007 dezembro 2007 janeiro 2008 fevereiro 2008 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 agosto 2008 setembro 2008 outubro 2008 novembro 2008 dezembro 2008
créditos

imagem: Walker
template by mariza lourenço

Powered by MiDNET
Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

 

 

 



sábado, agosto 26, 2006



PALAVRAS QUE INQUIETAM (10)



Þ O poeta e escritor austríaco Ernst Fischer, nascido em 1899 dizia, entre outras coisas, que "em um mundo alienado, no qual unicamente as 'coisas' possuem valor, o homem se torna um objeto entre objetos: o mais impotente, o mais desprezível dos objetos. Eles, os objetos, têm mais força do que os homens".
Em razão disso acrescenta com lucidez: "a arte é necessária para que ele, o homem, se torne capaz de conhecer e mudar o mundo".


Þ Quem nos fala agora é a chinesa Chiang Kai - shek, que nasceu em Xangai no ano de 1899, o mesmo do filósofo anterior. Dizia lá nos seus ensinamentos que "o excesso de riqueza devia pertencer à humanidade... deve haver igualdade entre os povos e as classes... paz e harmonia entre as nações; roupa, alimento e habitação para os indivíduos".
Mas, o que vemos depois de quase um século de vida? Que seu discurso tão apregoado com louvor, parece ter desfalecido na ganância insaciável e na insensatez dos homens. Afinal, concluía: "não sou mística, não sou visionária. Acredito no mundo visto, não no mundo não visto".


Þ Mas, "enquanto a humanidade não se livrar da avareza e da ambição, haverá guerra", já dizia o estadista John Marshall, ao que Charles Sumner(1811/1874) passou a expor a inutilidade da mesma, "sua absoluta incapacidade para decidir a questão do justo e do injusto", dizendo depois que ela "esmaga sob o calcanhar sangrento toda a justiça, toda a felicidade e tudo o que há de divino no homem". Antes disso, Thomas Jefferson, outro estadista americano, já teria acrescentado: "afinal de contas, os ratos têm de proceder como ratos", ilustrando com certa ironia. E o que ele sempre desejou e lutou foi "impedir a acumulação e a perpetuação da riqueza no seio de uma elite", já que "bastava um simples mecanismo para arrancar dinheiro do bolso de um homem e colocá-lo no bolso de outro. São lobos a governar ovelhas". Sabendo também que os homens "sentem o poder e esquecem o direito", idealizou teoricamente que "a vontade da maioria será lei, os direitos da minoria serão protegidos, a justiça será dispensada com eqüidade para todos". Depois, falou com sabedoria e bom senso: "a educação, arroteamento e plantio do pensamento humano, produz o alimento universal do humano progresso". E logo a seguir quedou-se triunfal ante exemplar conceito.

ESPAÇO LIVRE

Abro hoje um espaço para o grande poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, com o seu bonito poema "A Língua Lambe":


A LÍNGUA LAMBE

A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.

E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,

entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.

por benechaves às 08:56