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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
Livros Publicados:
a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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sábado, julho 22, 2006


PALAVRAS QUE INQUIETAM (5)


Þ O racionalista Baruch Spinoza, que viveu em meados do século XVII, era tido como um homem de doutrinas perigosas. E diante disso (olhaí a prática que vem de longe...), mandaram-no chamar e ofereceram-lhe um rendimento anual equivalente a 500 dólares pelo seu silêncio e sua adesão à fé ortodoxa. Recusando tal oferta, foi de imediato excomungado. Começou, então, a viver seu drama. Mas, não se abateu e aprofundou-se nas suas teses, como filósofo que era. Dizia que "o mundo nunca foi criado, nunca será destruído". E definia a atitude religiosa pela ignorância das causas. Não acreditava num Deus pessoal, providencial. Deus, para ele, era o mundo. Completava depois sua teoria, dizendo: "todo homem deve amar a si mesmo e procurar o que lhe é útil". Quando afirmavam que era um conceito egoísta, ele arrematava: "pois, para que amemos a nós mesmos, havemos de amar aos outros", disparando em seguida que "as nossas maiores vitórias são obtidas não pelas armas, mas pela grandeza da alma".


Þ Falemos um pouco agora sobre a liberdade... E vamos ao encontro de Jean-Jacques Rousseau, que, com sua alma romântica e sentimental, dizia ser a mesma "não apenas um direito, mas um dever imprescindível da natureza humana, que exige também a igualdade dos homens". Sabendo ele que "quando a civilização e a sociedade os corrompem, é preciso recorrer ao sentimento, voltar à natureza". Mas, num tom alegórico, embora o escritor russo Dostoievski (Crime e Castigo, entre outros) dissesse que "os homens não têm mais de escolher, nem de pensar, nem de querer, pois para lhes dar a felicidade cega, arrebataram-lhes as liberdades", o pensador e filósofo francês Jean-Paul Sartre dizia categórico que "ao querer a liberdade, descobrimos que ela depende inteiramente da liberdade dos outros, e que a liberdade dos outros depende da nossa". Reconhecendo também que "minha liberdade é um mito... e minha vida se constrói por debaixo desse mito, com um vazio, o sonho orgulhoso e sinistro de não ser nada". E quando outro pensador, o Edmund Husserl, observa, então, e diz ser "o futuro radicalmente indeterminado, imprevisível; não existe tempo objetivo e tudo recomeça a cada instante", sentimos que a nossa almejada liberdade pode ser apenas um toque de imaginação.

ESPAÇO LIVRE


METÁFORA


A neblina cai na madrugada
acordando teus sonhos
atiçando qualquer sono
embaçando a tua solidão.

Ela pactua com o amanhecer
na esperança de te saudar
no desejo de te conhecer.

E forma uma tênue névoa
ocultando tua meiga afeição
no desespero de uma vida.


Bené Chaves

por benechaves às 09:44