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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
Livros Publicados:
a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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sábado, maio 06, 2006

VERDADES E MENTIRAS


Coitado de mim! Fiz o que pude para soerguer e modificar costumes, mas vi depois que fora ineficaz. Tudo está aliciado e na insensata selvageria. Meus tempos de infância se foram, como também os da adolescência. E não consegui o intento para o fluir de uma vida melhor para todos. Não sei de nada, acho que pouca gente tem a razão como meta de uma existência. Tudo parece se transformar em um mundo caótico. Nunca vi tanta besteira junta, a mediocridade avançando em alto estilo e compostura. O bom senso passado para o limbo. E, talvez, em conseqüência, se tenham chegado ao desastroso ponto, incerteza e carência que se alastram indefinidamente ao nosso redor. Não sou o dono da verdade, nem também da mentira. Tentei o possível para que as pessoas se amoldassem no estritamente razoável. Nada de exterioridades, ilusões ou magias. A cidade de Gupiara, a nossa antes querida, cantada e decantada Gupiara não ficou atrás. E outras e mais outras... Milhares de indefesas povoações. Todas foram (e estão), com já observei, em sucessão ininterrupta, invadidas de homens (ditos) públicos e suas disfarçadas roubalheiras. Mesmo eu sabendo que a vida tem uma única vilã que é a própria morte. Daí cessando-se tudo, malgrado as tentativas opostas.

Algumas pessoas, infelizmente, parecem ter medidas reguladoras ao extremo e nada fazem para modernizar atitudes arcaicas e subservientes. As metas delas são aquelas e ponto final, danem-se os contrários. Muitas chegam ao ridículo de babar o interlocutor apenas para manter ou transpor seus cobiçados desejos. Procedimentos caracterizados como detestáveis e não embebidos em uma mente sã. Posturas cafajestadas. E, então, são tais indivíduos que conseguem algo a mais porque sabem lidar com a esperteza. É errado que se enganem um longo período, mas também é certo que não consigam burlar anos incontáveis. Podem ser somente pessoas inexperientes, ávidas de um início promissor. E a ludibriosa e festeira bravata acaba um dia, as farsas se despem para desespero de seus autores.
Sei que temos uma célula-mãe exemplar inerente e aderente à nossa genética, como de sua elevada unidade morfológica e fisiológica. E daí a formação de um ser eminentemente com sinais saudáveis que tivesse uma visão ímpar ou quase de todos os problemas. Há de se convir que uma pequena minoria tenha nascido com estas peculiaridades. Exageradas ou não, mas condizentes com o relato exposto. Acho, contudo, que ninguém sabe de nada, a existência é um mistério sem começo e fim.

Diante disso, só me resta sonhar. Sonhar com uma Gupiara procurando enaltecer as belas conquistas de uma outrora vivência. Sonhar com um povo lutando pela emancipação. Uma população carente, sem instrução e honesta até quando podia. Sonhar pela não aflição e tampouco o sabor amargo do existir. Ou do não viver. Sonhar na necessidade de uma multidão corajosa e ansiosa a lutar contra os tiranos da sabedoria e justiça. Procurar aprender e apreender na raça. A educação como base fundamental dos anseios, conhecimentos e lucros. Era a fé (ainda) de Gupiara e inúmeras cidades, teria de ser a nossa expectativa. A esperança de todos nós. Uma esperança sem demagogia e traição.

Porém, estava ali a sonhar... Um sonho que poderia se tornar numa verdade. Ou apenas em uma mentira.

ESPAÇO LIVRE

No dia 26 passado o nosso amigo Eduardo Gosson realizou o seu 'sarau poético' e homenageou o escritor Sílvio Caldas, que não é o cantor e sim um natalense por adoção. Vejam, portanto, um dos poemas que pesquei do evento:

QUANDO EU MORRER...


Quando eu morrer,
dividam-me o coração em cinco partes,
um para cada filho.
Quanto à minh'alma
Deus se apiede;
Quanto aos bens materiais,
dividam-nos como achar melhor;
quanto ao meu crédito,
vide acima;
quanto ao meu débito,
quem me herdou que o pague;
quanto ao caderno de poesias,
por favor, joguem no lixo;
e tudo o mais que me sobreviver,
podem doar;
os rins, os ossos, os olhos, tudo;
porém, quanto ao meu sexo,
remetam-no inteirinho pra Teresa,
ninguém melhor do que ela pra cuidar...

por benechaves às 09:04