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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
Livros Publicados:
a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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terça-feira, setembro 20, 2005

TRIGÉSIMOS SEGUNDOS ALUMBRAMENTOS


Depois que entendi melhor a esperteza existencial, pude, então, detalhar critérios que evidenciavam seus propósitos. A dominação do mundo era um deles, como também a soberba e o aviltamento. E a sabida sugação e sufocação de um povo me fizeram enfurecer contra tais atitudes mesquinhas e dolosas. Ah!, quantas saudades de minha ex-namorada e companheira Soninha. Ah!, e também do período pré-adolescente, daquela outra amiga que tive, a Dayse, que se insurgia já contra alguns males de uma sociedade em crescimento e não igualitária. A ilusão de acreditar e não sentir. Aliás, a Dayse me encantou logo com a meiguice de seus quinze aninhos a despertar os desmandos evidentes nos círculos e circunvizinhanças de uma Gupiara em constante evolução. Era uma garota precoce e uma linda morena de olhos verdes. Tenho vivas recordações de como vivíamos nossas imaturidades a desejar belas meninas-moças que surgiam no convívio de uma época que não voltará. Pena que aquela morena cor de jambo e eu tivéssemos ficado somente em promessas não cumpridas. E, depois, ela se foi, não se sabe para onde, não sei que destino traçou para sua existência. Decididamente minha vida ficou mais pobre quando cruzamos caminhos opostos.

Mas, voltemos com a ex-companheira Soninha. E eu me vi ali sozinho e aquém de minhas energias, pois sempre tinha sua presença nos momentos preocupantes. Ela era um bálsamo para mim. Fiquei, lógico, infeliz durante sua ausência. Todavia, eu sabia, desde cedo, que cuidava com esmero de tudo, esclarecendo-me, talvez, daí, minha preocupação maior sobre os destinos da vida. E quando Gupiara esteve sob orientação de forças repressivas, numa total exacerbação aos poderes constituídos, nunca deixei de abominá-las, embora soubesse também que nada poderia ser realizado ou combatido. Inclusive, sempre mantive uma linha de distanciamento dos que pululavam e se locupletavam. Se não era um sujeito partícipe, tampouco ficava alheio quanto a desdobramentos sombrios. Combatia-os, às vezes, com a modesta palavra, em muitas oportunidades apenas a palavra escrita, mas que poderia evidenciar um esclarecimento futuro ou ocasional.

Infelizmente cresci e amadureci tomando consciência da fraqueza humana, assim como de um orgulho, vaidade e cobiça ímpares sobre seus pares. Não era o que imaginara. E, nesse ínterim, a outrora pequena e boa Gupiara acercou-se, mais ainda, de pessoas interesseiras. Via, com clareza, que o puxa-saquismo a dominara. Enquanto permaneceu o sistema de repressão, sobressaía, com intensidade, o oportunismo, tomando-se como molde que os citados indivíduos sempre tinham uma maneira de aliciar frutos e recrutar, sobretudo, sabores. Diziam pertencer a facção qual ou tal, porém não eram de nada. Somente o jeitinho de se deliciarem por uma sobrevivência melhor. Ou, então, apenas supriam-se do momento passadiço e aproveitavam a ocasião feito cobras venenosas. E davam suas mordidelas.

ESPAÇO LIVRE



PERFIL



No teu ventre incolor
vacilante se faz e sinto
a expectativa do amor.

Em teus olhos verdes a
minha esperança desertora
longe mas sempre presente.

E no surgir da forte dor
o diáfano reencontro
com outra pigmentação.

A de uma paixão etérea.

Bené Chaves

por benechaves às 15:24