Estava, portanto, eu ali, procurando me insurgir contra aquela combatível organização e camada social suja, às vezes dolosa. Participava, em parte, da mesma, mas nunca deixei de vê-la com olhos desconfiados, porque supunha acreditar que era um corpo associativo falso, somente vivendo de aparências, retaliações, ganhos, fuxicos e rabugices. Poucos se incluíam fora dessa qualidade ilegítima. E muitos políticos de minha cidade... Ah!, os políticos... Nem pensar, como são reles!(Gupiara, quão bela e ingênua eras tu pra ter suportado tamanho suru!). Mereciam um capítulo à parte.
Mas, eram iguais entre os outros, faziam acordos e conluios, acertos e desacertos. Imitavam admiradores e também desafetos. Viviam numa gangorra entre si e seus pares. E no final de tudo sobrava inteirinho para a população, embora os sobejos da politicalha fossem degustados com avidez, porque a demagogia dessa gente não tinha limite, moldava-se na enganação. Sabia que a política era uma ciência séria, sem meios escusos, uma arte estratégica de bem dirigir e conduzir o povo. Porém, a maneira hábil de agir da maioria dos astutos mandatários nada tinha com a modalidade aplicada. Alguns, logicamente, como foi dito e repisado aqui, cuidavam mais de seus bolsos e projetos pessoais do que dos interesses da comunidade. Inclusive porque eu já iniciara os passos, a saber, que a grana era e é a mola-mestra que rege o mundo e também as vantagens materiais de quem detêm o poder, daí trazendo uma hipotética felicidade para poucos e uma verdadeira miséria para outros muitos.
Era a dura realidade da ambição, do bem-estar individual. E por que não dizer de uma safadeza inerente? Portanto, a tolerante e inocente Gupiara estava sendo tragada pela tramóia dos que ali ordenavam, me deixando desgostoso e infeliz, pois tinha consciência da solércia e sôfrega corrente implantada. Também... A ignorância e suprema precisão da maioria abriam caminhos... Não existia nenhum interesse em educar ou melhorar as condições dos que viviam à margem de um sistema perverso. Seria o ditame de uma vida infame!, costumava eu exclamar e reclamar. E, decerto, uma ilusão a mais e outra esperança a menos.
ESPAÇO LIVRE
ALGUMAS TRILHAS SONORAS FAMOSAS...
Nino Rota no filme OITO E MEIO, de Federico Fellini
Henri Mancini em A MARCA DA MALDADE, de Orson Welles
Allain Romains na fita MEU TIO, de Jacques Tati
Elmer Bernstein em O HOMEM DO BRAÇO DE OURO, de Otto Preminger
Nino Rota no filme ROCCO E SEUS IRMÃOS, de Luchino Visconti
Victor Young em OS BRUTOS TAMBÉM AMAM / SHANE, de George Stevens
Dimitri Tiomkin na película MATAR OU MORRER, de Fred Zinnemann
Nino Rota no filme A DOCE VIDA, de Federico Fellini
Victor Young em JOHNNY GUITAR, de Nicholas Ray
Anton Karas em O TERCEIRO HOMEM, de Carol Reed
Bernard Herrmann no filme PSICOSE, de Alfred Hitchcock
Charles Chaplin em LUZES DA RIBALTA, de C. Chaplin
Maurice Jarre em A FILHA DE RYAN, de David Lean
BENÉ CHAVES
por
benechaves às
14:10