perfil
Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
Livros Publicados:
a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
Sonhadores

Você é nosso visitante de número


Obrigado pela visita!

links

a filha de maria nowacki
agreste
arabella
ariane
balaiovermelho
blog da tuca
clareando idéias
colcha de retalhos
dora
entre nós e laços
faca de fogo
janelas abertas
lá vou eu
letras e tempestades
litera
loba, corpus et anima
maria
mudança de ventos
notícias da terrinha
o centenário
pensamentos de laura
ponto gê
pra você que gosta de poesia
proseando com mariza
rua ramalhete
sensível diferença
su
tábua de marés
umbigo do sonho
voando pelo céu da boca

zumbi escutando blues

sonhos passados
agosto 2004 setembro 2004 outubro 2004 novembro 2004 dezembro 2004 janeiro 2005 fevereiro 2005 março 2005 abril 2005 maio 2005 junho 2005 julho 2005 agosto 2005 setembro 2005 outubro 2005 novembro 2005 dezembro 2005 janeiro 2006 fevereiro 2006 março 2006 abril 2006 maio 2006 junho 2006 julho 2006 agosto 2006 setembro 2006 outubro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 fevereiro 2007 março 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 outubro 2007 novembro 2007 dezembro 2007 janeiro 2008 fevereiro 2008 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 agosto 2008 setembro 2008 outubro 2008 novembro 2008 dezembro 2008
créditos

imagem: Walker
template by mariza lourenço

Powered by MiDNET
Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

 

 

 



sexta-feira, junho 24, 2005

VIGÉSIMOS SEXTOS ALUMBRAMENTOS


Depois dos acontecimentos e desfechos amorosos volto-me para o colégio e suas atividades estudantis. Fundei, juntamente e com a aquiescência de alguns amigos, uma espécie de agremiação para debates e ajuntamento de opiniões, onde discutíamos, inclusive, principalmente sobre cinema, essa maravilhosa arte da magia que encanta a todos. Ou a quase. E parece-me que a finalidade precípua era estudar matérias e livros relacionados com aquele mundo mágico.Seriam, posso assim dizer, os passos iniciais de um aprendizado. Também aproveitando a boa vontade dos diretores do colégio, abrimos espaços, nos sábados à noite, no auditório local, onde passamos a exibir filmes que julgávamos importantes para uma iniciação cinematográfica. E, evidentemente, os que estariam disponíveis, visto que ainda era difícil uma programação satisfatória para estes lados de cá de nossa ainda querida Gupiara.

E foi aí, nesta pequena sala de reuniões de pais dos alunos que nós éramos, que continuei junto com amigos a ver algumas fitas de valores indiscutíveis, na minha condição, claro, de jovem ainda inexperiente. Foi aí que vi pela primeira vez um filme que me encantou bastante e creio que também à platéia presente ao local. Quando terminou a última cena de Umberto D, todos se levantaram e bateram palmas, acho que foi uma opinião unânime sobre a película de Vittorio De Sica abordando o neo-realismo italiano. E outras exibições aconteceram no período, lógico que nem sempre de boa qualidade, visto a enorme dificuldade de se trazer obras-primas naquele comecinho de nossas atividades estudantis. (Em outro capítulo falarei ainda sobre tal assunto). Portanto, dali surgia ou prolongava-se o início de uma outra paixão. Uma paixão diferente, pela arte cinematográfica, que às vezes imitava a vida ou vice-versa.

Então, mãos à obra... Na classe onde estudava, esboçava e divulgava um jornal-mural com notícias variadas, brincadeiras ou orientação sobre assuntos pertinentes aos colegas. E semanalmente eram expostas, na frente da mesma, também aquelas crônicas ditas como fundamentais para um melhor conhecimento. Lógico que eu me fazia acreditar feliz, pensava em um mundo melhor, talvez fosse um idealista a dar minha modesta e útil contribuição. Conluiado com outros, óbvio, inventariava meu desejo de mudança e invulnerabilidade.

Assim tentava me definir como um sujeito pacato e voltado para a normalidade e maturidade, adentrando em situações que se diziam instáveis e adequando para que se tornassem sólidas. Tive toda uma vida de bons costumes e sabia, desde muito cedo, que seria preciso lutar contra o que restou das cavernas, daquela brutidão e brusquidão, de homens hipócritas e desonestos, de uma ancestralidade desconhecida, talvez vulgar. E como eu pensava e idealizava muita coisa na pós-puberdade, uma idade que você raciocina querer transformar o mundo, ficava com meus conceitos teóricos para uma possível modificação de tudo.

Porém, foi mais outra ilusão que verifiquei depois de algum tempo. Poder-se-ia, então, dizer que era o progresso junto com o egoísmo e individualismo continuando no seu firme objetivo de impulsionar maiores problemas sociais e motivando também a indiferença. E isso se deve as muitas exceções do ser (dito) humano que se julga com o direito de barganhar suas ações ilicitamente.

ESPAÇO LIVRE


TIRANIA



O povo é um ovo.

Quebradiço
redundante.

Na esperteza
estrutura
do sujo poder.

E o poder pode
acalenta garras
dolosas.

A irrupção de
forte domínio.

O ovo na
visão
cisão.

Bené Chaves


por benechaves às 12:18