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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
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o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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segunda-feira, maio 16, 2005

Compartilho hoje com vocês do comentário que fiz sobre As Aventuras de Robin Hood, filme de Michael Curtiz e que foi publicado na Tribuna do Norte há dez anos atrás.


AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD


De um total de cinco versões (inclusive uma em desenho animado), esta fita da dupla Michael Curtiz & William Keighley (cujo nome consta apenas nos créditos, pois logo cedeu o lugar ao primeiro) é seguramente a melhor de todas.

As Aventuras de Robin Hood, produção 1938, conta a história da famosa lenda extraída dos livros de Walter Scott. No século XII, surge, na Inglaterra, um fora-da-lei, um justiceiro que rouba dos ricos para ajudar aos pobres. Na tentativa de debelar a tirania do príncipe João que se apodera do trono na ausência do rei Ricardo Coração de Leão, o lendário personagem espalha sua força pela floresta de Sherwood empenhado em atenuar o sofrimento daquela gente pobre. Aí entra o aspecto social da questão, como a exploração, a cobrança de gordos impostos (ah, sempre os terríveis e cruéis impostos...) e conseqüentemente as injustiças decorrentes de tais imposições.

A diversidade de opiniões e atitudes é aqui mostrada e levada às últimas conseqüências. E o que é pior: entre dois irmãos. Enquanto o bondoso rei Ricardo é querido e amado pelo povo local, seu rival, ou seja, o príncipe João, é odiado e execrado pelos mesmos habitantes. Revela-se, então, a disputa entre familiares, que dizem ser pior do que entre estranhos. É a ganância pelo poder, pelo dinheiro e também autoritarismo, mais uma excrescência de tantos que correm para sugá-lo.

E remonta-se, portanto, em uma versão moderna (embora ainda no século XII) de uma passagem da Bíblia, quando Caim e Abel eram partes extremas. Um representava o Bem e o outro o Mal, de onde surgiam desde aquela longínqua época disputados embates entre ambos. Daí a vida ainda seguir nesta corrente infindável de orações e devorações.
Clássico do gênero de aventuras, a fita de Michael Curtiz (Casablanca, 42) traz um ator (Errol Flynn) no rastro de seu sucesso em Capitão Blood (do mesmo Curtiz, realizado em 1935) vivendo um tipo sedutor, sagaz, ousado. É sem dúvida, como já falamos, o melhor Robin Hood que já apareceu nas telas, pois muito se disse e se falou do bonachão Flynn no papel de grande conquistador. Basta dizer que as mulheres da época foram literalmente seduzidas pelo ator/personagem. Correram, inclusive, notícias de que o mesmo tivera um caso com a atriz do citado filme. E como viviam brigando entre ciúmes e traições, a Olívia de Havilland ficava com tanta raiva que chegava ao extremo de colocar pimenta nos seus lábios para que o personagem não a beijasse com demasiada freqüência. Ou com demasiado ímpeto.

Alegre e movimentado, As Aventuras de Robin Hood não deixa de ser libertino, irônico, pois, participando de cenas audaciosas, o personagem também acrescenta um senso de humor e deboche que certamente enaltecem o valor do filme (vide o famoso duelo de espadas no final, considerado relevante para a época).

E um dos pontos altos também é a trilha sonora, que com certeza fustiga as cenas de ação. Assim como a doce e meiga (sem levar em consideração os apimentados beijos) Marian (Olívia de Havilland, linda) dando mais vitalidade a um jovem sedutor. Quem não gostaria de tê-la nos seus braços?

O filme de Michael Curtiz claro que influenciou sobremaneira as fitas de capa-e-espada dos anos posteriores, como deixou também patente a denúncia inicial das injustiças sociais, das arrogâncias/ganâncias e toda uma gama de iniqüidade e desafeição inseparáveis do mundo atual.

ESPAÇO LIVRE

AINDA SOBRE A JUSTIÇA...



Þ O irreverente e moderno filósofo americano Barrows Dunham, autor do excelente O Homem contra o Mito (Editora Civilização Brasileira S/A, 1966), corroborando opiniões outras, deu uma sentença final: parece até que quanto maiores os lucros da injustiça, maior a segurança dos que a cometem. Por conseguinte, não mais acreditamos que a razão controla a vida. Entendemos que a vida controla a razão. Dito isto e proclamando um certo niilismo, completou o pensador Oswald Spengler: a vida não tem finalidade. A humanidade não tem finalidade.
Mas, o homem bom, o homem feliz, é aquele justo, harmonioso, o homem cujas qualidades de caráter, perfeitamente aplicadas, executam sempre a nota certa na sinfonia da cooperação social, finalizou o filósofo Platão.
E novamente apelamos para o pensador Barrows Dunham quando ele diz que uma sociedade na qual ninguém jamais fez algo em benefício dos outros seria uma sociedade na qual nenhuma divisão do trabalho poderia existir. Dificilmente seria, a rigor, uma sociedade.

por benechaves às 09:00