perfil
Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
Livros Publicados:
a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
Sonhadores

Você é nosso visitante de número


Obrigado pela visita!

links

a filha de maria nowacki
agreste
arabella
ariane
balaiovermelho
blog da tuca
clareando idéias
colcha de retalhos
dora
entre nós e laços
faca de fogo
janelas abertas
lá vou eu
letras e tempestades
litera
loba, corpus et anima
maria
mudança de ventos
notícias da terrinha
o centenário
pensamentos de laura
ponto gê
pra você que gosta de poesia
proseando com mariza
rua ramalhete
sensível diferença
su
tábua de marés
umbigo do sonho
voando pelo céu da boca

zumbi escutando blues

sonhos passados
agosto 2004 setembro 2004 outubro 2004 novembro 2004 dezembro 2004 janeiro 2005 fevereiro 2005 março 2005 abril 2005 maio 2005 junho 2005 julho 2005 agosto 2005 setembro 2005 outubro 2005 novembro 2005 dezembro 2005 janeiro 2006 fevereiro 2006 março 2006 abril 2006 maio 2006 junho 2006 julho 2006 agosto 2006 setembro 2006 outubro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 fevereiro 2007 março 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 outubro 2007 novembro 2007 dezembro 2007 janeiro 2008 fevereiro 2008 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 agosto 2008 setembro 2008 outubro 2008 novembro 2008 dezembro 2008
créditos

imagem: Walker
template by mariza lourenço

Powered by MiDNET
Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

 

 

 



quarta-feira, abril 13, 2005

No dia 22 de março de 1995, portanto há dez anos passados, o jornal Tribuna do Norte publicava este meu comentário sobre Rebecca, a mulher inesquecível, filme de Alfred Hitchcock. Compartilho com vocês, hoje, tal divulgação.



REBECCA, A MULHER INESQUECÍVEL



Dizem que Alfred Hitchcock é, possivelmente, o mais conhecido dos cineastas. E que com certeza resume um gênero cinematográfico: o suspense.
Depois de rejeitar várias ofertas de Hollywood, o gorducho realizador das obras-primas Um Corpo que Cai / Vertigo (1958) e Janela Indiscreta (1954) aceitou a proposta de David Selznick, importante e poderoso produtor, para fazer Rebecca, a mulher inesquecível, resultando num grande sucesso de bilheteria e consagrado com o Oscar de melhor filme em 1940. (Aqui a premiação num raro momento de lucidez da afamada estatueta americana).
Portanto, a fita em questão, é o primeiro trabalho americano de Hitchcock, extraído que foi da novela de Daphné Du Maurier, que posteriormente o mesmo cineasta viria a realizar Os Pássaros(1963) e cuja idéia básica seria também inspirada num conto da própria Du Maurier.
Em Rebecca, a mulher inesquecível, o chamado mestre do suspense especula e joga com o medo, a paranóia e outros assuntos inerentes ao seu estilo. É a história de uma jovem e bonita mulher (Joan Fontaine, mais bela do que nunca) que se apaixona e casa com um viúvo inglês (Laurence Olivier) muito rico e vai viver com ele na mansão que outrora pertencia e era ocupada pela primeira esposa.
Contudo, a nova mulher do aristocrata é perturbada com fatos relacionados à falecida, vindo daí situações de tensão em um clima peculiar e próprio ao gosto de Hitchcok. Inclusive ressalte-se a atmosfera nitidamente expressionista em todo o desenrolar do drama e da trama.
Tudo começa com a narração de um sonho, a do retorno à fabulosa mansão dos Manderleys, onde se nota, desde já, uma força sobrenatural e intimista que irá situar toda a fita, daí passando para a realidade, onde o personagem central, junto a um penhasco, tenta algo contra si. E então começa a intriga propriamente dita, envolvendo o inglês rico e a mulher pobre e humilde. Num simples acaso, portanto, eles se juntam e se apaixonam.
Mas, aquela jovem de aparência frágil poderia substituir a tão querida Rebecca? O clima de suspense é alojado na mansão e Hitchcock começa a instalar o seu ambiente de tensão e angústia. Iniciam-se as lembranças caracterizadas nas expressões dos criados e, sobretudo, na sinistra governanta. Tudo girava em torno da primeira esposa, como lençóis e lenços gravados e os mínimos detalhes possíveis. A própria governanta fazia questão de mostrar o domínio que a antiga patroa exercia, quando exibia com orgulho o rico guarda-roupa da mesma.
E quando em dado momento a jovem casada resolve se impor e consegue do companheiro um desejo da falecida, presenciamos, então, um baile de fantasias. Mas, quando ela se veste e fica parecida com Rebecca, todos desaprovam, inclusive o marido. E, aí, a frustração cai como um peso sobre a candura de nossa heroína, entrando em antagonismo com a força da lembrança da outrora e dominadora mulher. Sempre no apurado domínio da narrativa que o velho gorducho conduzia suas histórias.
Mas, o enredo nos revela uma surpresa. Sobe à tona, além do barco, outro fator que desencadeará novas situações. É sabido que o aristocrata não morria assim de amores pela primeira mulher. Pelo contrário, não viviam nada felizes. A verdade finalmente surge e o certo é que a trama pode ser avaliada também como uma simulação. Afinal, mais um ponto na carreira de Hitchcock, que soube desenvolver com mestria o livro da famosa escritora. E cujo filme ainda não envelheceu, apesar de mais de sessenta anos de existência.


ESPAÇO LIVRE


SOFREGUIDÃO


No silêncio eu escuto
o conluio de teu amor
o sibilar dos passarinhos
teu ardor cego e infinito.

Observo uma cantiga
no sossego extasiado
o ronronar nos ouvidos
tua inquietude rosnar.

E entre nós dois amando
eu posso estrangular
os soluços do porvir.

Bené Chaves

por benechaves às 14:48