Resolvendo, finalmente, aceitar as indicações, em primeiro lugar, do Manoel Carlos (Agrestino), depois da Ilmara (Bisbilhoteira), também de nossa amiga Amita (brancoepreto), da Borboleta Azul (Borbo2005) e de Marta Matos (Minhas Idéias), eis minhas respostas ao divulgado questionário sobre a Literatura da Língua Portuguesa. Quero, outrossim, informar que não me prenderei somente aos autores da citada língua, contrariando um pouco a finalidade da entrevista, como também alguns fizeram. Mas, vamos ao que interessa:
1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
A obra do escritor Guimarães Rosa.
2. Já alguma vez ficaste apanhadinho (a) por um personagem de ficção?
Entre alguns outros citarei o personagem Macunaíma, do livro homônimo de Mario de Andrade, o chamado herói sem caráter ou um anti-herói. E recorro ainda a dois personagens da literatura estrangeira: um masculino e outro feminino. Na primeira alternativa cito o extraordinário personagem Aureliano Buendía, do romance Cem anos de solidão, do colombiano Gabriel Garcia Márquez. E na segunda, a não menos extraordinária Ana Paúcha, do livro Ana-Não, obra definitiva do escritor espanhol Agustín Gómez-Arcos.
3. Qual foi o último livro que compraste?
Comprei e lerei brevemente Ensaio sobre a cegueira, do escritor José Saramago.
4. Qual o último livro que leste?
Li alguns autores norte-riograndenses, como o Moacy Cirne (Luzes, sombras e magias), o Bartolomeu Correia de Melo (Lugar de Estórias) e o livro organizado pelo Ruy Castro Um filme por dia (Crítica de choque ? 1946- 73), do Antonio Moniz Vianna.
5. Que livro estás a ler?
No presente momento dei uma breve trégua. Estou compondo, passo a passo, uma espécie de autobiografia e divulgando neste meu blogue. Talvez a história de Gupiara (cidade que existiu e não existe mais, infelizmente) vista através dos olhos críticos desde a infância, depois adolescência e posteriormente fase adulta de mim mesmo. E seus alumbramentos: sejam sexuais, sociais, existenciais e morais ou fundamentais.
6. Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Não tenho interesse algum em ir para uma ilha deserta. Basta a ilha de pedra em que vivemos. Mas, poderia ir numa condição muito especial. Se pudesse voltar no tempo e levar comigo as belas mulheres que fizeram parte de minha existência, além da linda, na época, claro, atriz Kim Novak. E na minha exigência, preferiria que elas se alternassem nas cores, ou seja, algumas loiras, outras morenas e também ruivas. Arrumaria, então, a bagagem com as mesmas e os seguintes livros, muito mais do que os cincos que pediram: do escritor Machado de Assis levaria Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, do contista Rubem Fonseca poderia levar Feliz ano novo e O Prisioneiro. Levaria também alguns contos do Aníbal Machado e também do Ivan Ângelo, fora o Corpo vivo, do Adonias Filho. E a obra poética do Carlos Drummond de Andrade, juntamente com outro mineiro, o Luiz Vilela e seus belos contos. Sem falar em Angústia e Memórias do Cárcere do Graciliano Ramos e o Corpo de baile, do Guimarães Rosa. Também não me esquecer da Clarice, a sempre Lispector (que apesar de ter nascido na Ucrânia, veio para o Brasil com dois anos), autora, evidentemente, consagrada no nosso país.
E a língua estrangeira, o que nos traria: levaria alguns livros do Franz Kafka, entre eles O Processo, e o livro de Thomas Hardy Judas, o Obscuro (belíssimo romance e um dos meus primeiros alumbramentos literários), além de Albert Camus e o já citado Ana-Não. Levaria também O apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger. E poderia levar O amante de Lady Chaterlley, de D. H. Lawrence, que dividiria leitura com minhas parceiras.
Mas, são tantos os livros, hein?
7. A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e por quê?
Passarei este testemunho para três amigas queridas:
1. Ângela, do colcha de retalhos (http://anjosa39.zip.net/ )
2. Marta, do minhas idéias (http://martamatos.blog.uol.com.br/ )
3. Keila, a Loba (http://uivosdaloba.weblogger.terra.com.br/ ).
ESPAÇO LIVRE
Compartilho hoje com vocês de outro bonito poema do amigo e poeta Horácio Paiva (Natal):
EPITÁFIO
hoje eu não estou só
mas com todos
e com tudo
sou a noite
ou talvez
a extrema impossibilidade da morte
por
benechaves às
14:45