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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
Livros Publicados:
a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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domingo, abril 17, 2005

DÉCIMOS TERCEIROS ALUMBRAMENTOS



O rapazelho estava cedendo lugar a um rapazola, com as devidas proporções e determinações. Crescia na idade e tudo o mais. E olhando meu corpo, já sentia os primeiros sinais pubescentes formando também uma espécie de triângulo ao redor do pênis. Seriam os naturais e ditos pentelhos, vocábulo atualmente desusado para a finalidade proposta e abusado em outras denominações. O próprio órgão sexual aparecia ereto a qualquer pequeno estímulo, com os pêlos nascendo vaidosos no corpo inteiro.

Era, portanto, a minha fase inicial, a fase inicial de nossa transição, quando você não podia tomar um banho que necessariamente ou quase teria de se masturbar. E sempre com uma revistinha ao lado, embora a mesma fosse ainda tímida quanto a fotos estimulantes e desnudas. Ou, então, com o pensamento voltado para alguma menina-moça que lhe viesse refrescar a mente. As garotas também em crescimento e já revelando o aspecto apreciável de seus corpos em formação. O que nos deixava ainda mais excitados.

Depois me separei um pouco daqueles atos e brincadeiras juvenis, resolvendo ficar um período sozinho. Meu primo continuou seu namoro e afastou-se de mim um certo tempo. Ele teve talvez mais sorte do que eu, pois Mirtô (ah, que bela loira! Quando penso naquele tempo, vejo os acontecimentos repassados e vivenciados como se fossem atualmente, com Alba também a desfilar ante meus olhos com a sua ingenuidade do período) parecia encantada com sua pessoa, já que era fino no trato e na imprudência. Sorte dele, azar o meu, quando ouvia dizer que era um menino com uma lábia capaz de conquistar boa parte das menininhas que circulavam entre nós. Mas, tinha a Mirtô como uma namorada, digamos, oficial. E penso que a mesma estava era doida por um agasalho de orelha. Podia ser que dali, diziam as línguas tagarelas, surgisse um futuro casamento, já que meu primo era totalmente imprevisível. Porém, eu não acreditava, visto suas estripulias praticáveis, ou seja, de rapaz namorador.

Eram as moldações do tempo se inserindo nos caminhos traçados e apanhados. As hesitações de uma época de exaltação fervilhando dentro da gente. Acabara, sim, meu namoro com Alba, mas não sabia o que teria dito a mesma sobre minhas intenções. Talvez, quem sabe, alguma coação de seus pais a fez tomar tal decisão. E não podia culpa-la, lógico, de sua atitude. Éramos jovens ainda para uma responsabilidade maior e dedicada a uma relação duradoura. Evidente que o desgaste chegaria com o tempo, como efetivamente chegou, pois não teria condições e tampouco decisões no instante presente para assumi-la com seriedade. Iria continuar meu itinerário (sem saber, contudo, o que viria pela frente) e ela deveria seguir seu destino... Passei e repassei.

ESPAÇO LIVRE

Compartilho com vocês o bonito poema Ponto Final de Linaldo Guedes (
http://linaldoguedes.blog.uol.br/), poeta paraibano e autor do livro os zumbis também escutam blues .


Ponto Final

é durante
o encanto
que a dor existe


e
(só)
depois da dor
que o amor fica

por benechaves às 15:46