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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
Livros Publicados:
a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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segunda-feira, abril 25, 2005

DÉCIMOS QUINTOS ALUMBRAMENTOS


E, então, da melhor maneira possível, no começo, meio às escondidas, enfrentei e pus em jogo minha nova afeição adolescente. Encontrava-me no apogeu, acho que com 17 ou 18 anos, e sedento de carícias e outras coisas, querendo vivenciar o momento como se fosse um longo prazer. Embora soubesse que dali poderia sair apenas mais uma ilusão. Longe, contudo, de meu primo, que deve ter se entendido ou não com Mirtô.(Soube depois que ele acabara seu namoro e fora estudar fora da cidade, esperneando-se para não fazê-lo, já que ficaria longe de tudo e logicamente de suas almejadas conquistas. Na certa deve ter feito alguma estripulia ou não quisesse estudar com afinco. E a pobre da Mirtô ficava na espera de um possível e breve retorno). Pareceu-nos que ela esperaria uma decisão dele, mesmo sabendo de sua inesperada ida para outra cidade.

Eram as facetas e piruetas da vida, passadas, presentes, repetidas e suplicadas, pois tudo ia e vinha, acabava e depois retornava, esparramava-se e logo a seguir amasiava-se, tudo discreto ou leviano e novidadeiro. Seriam os aspectos e características das possibilidades existenciais, dos redemoinhos e dúvidas, incoerências ou harmonias. Dessa colateralidade ou retilinidade do estar ou não, de um inseparável e depois afastamento gradativo (por que não dizer súbito?) de uma convivência. Eram, enfim, as ausências sentidas e logo em seguida evidenciadas de um cessar de tudo, que seria a própria morte.

Portanto, minha nova e bela pretendente chamava-se Maria das Graças, uma gracinha de pessoa, no auge de seus 13 ou 14 aninhos. Novamente uma idade patamar para os meus relacionamentos. Mas, acredito que tenha sido apenas uma coincidência, sei não... E, dela, a garota, ah!, o que falar? Sei que estava ainda em formação, os peitinhos crescendo vivificantes e apressados e o corpo delineando-se na pele morena e já viçosa. Sua face, bonita e detalhada, afeiçoava-se no aspecto abrangente. Poder-se-ia dizer que aquela cútis trigueira moldava-se e perfilava-se com serenidade, oferecendo, desde já, um belo formato para o conjunto limitado. Seria, sem pestanejar, com precisão e certeza, uma formosura de mulher.

Pois é, estava diante de mim uma garota em crescimento, uma tessitura, imaginava, inigualável. Dali em diante, a esplêndida menina-moça em questão passaria pelas diversas fases da vida. Poderia se encantar ou se decepcionar, sentir poucas alegrias e muitas tristezas. Ou vice-versa. Eram os encantamentos e desencantamentos que viriam de ano em ano. E depois ela estaria adulta e desassombrada para os transtornos e também adornos de uma existência. Quem não se apaixonaria?

ESPAÇO LIVRE


TRAJETO AO ORGASMO


Nos teus olhos verdes
a esperança.
E o encantamento.
Nos carnudos lábios
o meu desejo.
E a sagacidade voraz.
Nos seios volumosos
minha inquietude.
E o bêbado arroubo.
Nos quadris delineados
o cego tateamento.
E minha volúpia.

E na vagina febricitante
ato contínuo e final.


Bené Chaves

por benechaves às 21:05