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Bené Chaves <>, natalense, é escritor-poeta e crítico de cinema.
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a explovisão (contos, 1979)
castelos de areiamar (contos, 1984)
o que aconteceu em gupiara (romance, 1986)
o menino de sangue azul (novela, 1997)
a mágica ilusão (romance, 2001)
cinzas ao amanhecer (poesia, 2003)
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quinta-feira, agosto 05, 2004

O início


Tudo começou naquele dia em que meu pai deitou-se com minha mãe. O verbo aqui, lógico, é força de expressão, porque acho que eles foram além de um simples acolhimento. Afinal, nem sei quando e onde foi isso. Mas sabia que não era toda hora que se tinha a oportunidade gostosa para se realizar sonhos e delírios. Não sei se meu pai concretizou o dele, sei apenas que eu nasci. E tenho a ligeira impressão que tudo partiu daquele encontro talvez furtivo. As conseqüências que se danassem! Os desdobramentos, ah!, que fossem pastar...

Parece mesmo que os dois se encantaram, claro, como acontece com os ditos e ditosos casais numa tarde ou noite de inverno ou verão. Sobre isso nada posso acrescentar e ninguém depois me disse qual estação fazia na ocasião daquele assanhamento.

O tempo passa e carrega com ele o chamado ciclo-vicioso. Então, a espiral fica enorme. A vida é uma loucura? Nada como atos e fatos. E eles, os fatos, se tornaram realidade depois do embate amoroso entre aquelas duas criaturas.

Em Gupiara a lua nascia e crescia dentre os morros. Se alguém conseguisse a proeza de chegar até lá, acho que poderia alcançá-la no seu estágio supremo. A cidade dormia cedo, todos se recolhiam após a janta. Fora, o vento azucrinava as portas com um ruído fino e impertinente.



ESPAÇO LIVRE


Sobre a vida e a morte


Sobre a morte, esse fantasma que ronda nossas vidas e nos pega de surpresa, já comentava o célebre escritor argelino Albert Camus: "o que me espanta sempre, quando sempre estamos tão dispostos a sutilizar noutros assuntos, é a pobreza de nossas idéias acerca da morte". E acrescenta adiante que "terei de morrer, mas isso nada quer dizer, porquanto não chego a acreditar e só posso ter a experiência da morte dos outros". Todavia, diz ele: "... penso então: flores, sorrisos, desejos de mulheres, e compreendo que todo o meu horror de morrer está contido em meu ciúme de viver".

Apenas como ilustração: no excelente filme de Bergman, O sétimo selo, o assunto é focalizado e, na sua seqüência final, mostra a sempre temível Morte carregando enfileirados todos os personagens da trama.

Mas, vamos falar da vida... E sobre ela temos o depoimento realista do escritor Henry Miller, quando diz, entre outras coisas, que " a meu ver o mundo caminha para a ruína. Não é preciso muita inteligência para ir vivendo, do modo que as coisas andam. Na verdade, quanto menos inteligência se tem, mais se progride", arrebatando depois que "eu queria encantar, mas não escravizar; queria uma vida mais ampla, mais rica, porém não à custa dos outros; eu queria libertar a imaginação de todos os homens..."

E diante dos questionamentos da vida e da morte, apelamos para o filósofo Confúcio, que viveu lá nos idos dos anos 531-478 a C. Dizia ele, com a sabedoria que lhe foi peculiar: "como hei de compreender a morte, se ainda não compreendo a vida ?"

Bené Chaves

por benechaves às 00:43