Parece mesmo que os dois se encantaram, claro, como acontece com os ditos e ditosos casais numa tarde ou noite de inverno ou verão. Sobre isso nada posso acrescentar e ninguém depois me disse qual estação fazia na ocasião daquele assanhamento.
O tempo passa e carrega com ele o chamado ciclo-vicioso. Então, a espiral fica enorme. A vida é uma loucura? Nada como atos e fatos. E eles, os fatos, se tornaram realidade depois do embate amoroso entre aquelas duas criaturas.
Em Gupiara a lua nascia e crescia dentre os morros. Se alguém conseguisse a proeza de chegar até lá, acho que poderia alcançá-la no seu estágio supremo. A cidade dormia cedo, todos se recolhiam após a janta. Fora, o vento azucrinava as portas com um ruído fino e impertinente.
Apenas como ilustração: no excelente filme de Bergman, O sétimo selo, o assunto é focalizado e, na sua seqüência final, mostra a sempre temível Morte carregando enfileirados todos os personagens da trama.
Mas, vamos falar da vida... E sobre ela temos o depoimento realista do escritor Henry Miller, quando diz, entre outras coisas, que " a meu ver o mundo caminha para a ruína. Não é preciso muita inteligência para ir vivendo, do modo que as coisas andam. Na verdade, quanto menos inteligência se tem, mais se progride", arrebatando depois que "eu queria encantar, mas não escravizar; queria uma vida mais ampla, mais rica, porém não à custa dos outros; eu queria libertar a imaginação de todos os homens..."
E diante dos questionamentos da vida e da morte, apelamos para o filósofo Confúcio, que viveu lá nos idos dos anos 531-478 a C. Dizia ele, com a sabedoria que lhe foi peculiar: "como hei de compreender a morte, se ainda não compreendo a vida ?"
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benechaves às
00:43